Audição de Viegas sobre o caso Crivelli transforma-se numa batalha jurídica (Público)
Há a ideologia e depois há aquilo a que podemos chamar lógica de mercearia. Depois de muitos milénios a mercear, os merceeiros lá conseguiram inventar um simulacro de uma ideologia.
De qualquer forma, o problema aqui não é a ideologia de mercearia que anima o antigo Secretário de Estado da Cultura, mas sim a ilegalidade que cometeu em nome dela.
A lei é bastante clara e não deixa espaço para grandes dúvidas...
Basta ver o percurso da Virgem de Crivelli para perceber que esta era uma obra protegida e que o próprio Pais do Amaral, que a comprou, estava ciente disto mesmo. Foi a vontade do Secretário de Estado, agora travestida de ideologia de mercearia, que anulou a protecção de que a obra gozava, violando claramente a lei.
Ainda bem que foi graças à ideologia de mercearia que Francisco José Viegas autorizou a saída do país de uma obra protegida, ou seriamos levados a pensar que o então Secretário de Estado, que por acaso é leitor e editor, resolveu fazer um favor a Pais do Amaral, que é somente o patrão do maior grupo livreiro nacional.