As imagens publicadas pelo Ministério da Verdade sugerem, mas uma vez, a tendência da polícia portuguesa para a resposta violenta, mesmo em situações em que não há qualquer perigo ou gravidade. Neste vídeo é notório que a manifestante nunca representou um perigo para a segurança dos agentes, de qualquer cidadão ou mesmo dos inefáveis membros da Troika.
É legítimo questionar se estas ações violentas e claramente exageradas da polícia não têm como objetivo afastar manifestantes ou mesmo condicionar o direito à manifestação. A carga do 14N, que parecia ter como alvos os espetadores e não os manifestantes, e a grande quantidade de processos instaurados contra ativistas não violentos parecem destinadas a criar um clima de medo. Reparem que, na ressaca do 14N, a própria CGTP decidiu excluir São Bento do seu percurso habitual e que o ritmo das manifestações decresceu quase de imediato.
Quando a polícia recorre à violência para deter uma manifestante com quase 50 anos, que não representa nenhum perigo e que parece perfeitamente pacífica, é bom que todos percebam que é a própria democracia a ser posta em causa.
A Tradição Violenta ou Estratégia?

